A crença de que o olhar humano tinha o poder de ferir ou destruir um inimigo era outrora quase universal. Este receio pode ter derivado do terror primitivo de se estar a ser observado por animais selvagens, tribos hostis, espíritos malignos ou deuses invejosos dos êxitos humanos. Abundavam os remédios contra o mau olhado, desde o aplacar um homem de mau olhado com cerveja e tabaco, no Congo, ao atar fitas vermelhas à cauda do gado, na Escócia.
Durante os séculos XVI e XVII, quando se dizia que as bruxas destruíam as suas vítimas com o poder do mau olhado, centenas de mulheres foram executadas pelo simples facto de que alguém tinha morrido depois de ter recebido delas um olhar zangado. Os juízes que presidiam aos seus julgamentos receavam de tal modo ser enfeitiçados por essas mulheres ao darem as sentenças que era frequente a acusada ser conduzida de costas para a sala do tribunal.